Data: 11/11/2020

Material de pesca: seleção, uso e ajustes

1- Varas de pesca
As varas de pesca podem ser classificadas em:
- varas de arremesso
- varas para pesca embarcada

O importante na hora de escolher a vara a utilizar é saber sua capacidade normalmente descrita em libras (lbs) e que está diretamente relacionado com tipo e tamanho do peixe a ser pescado e também ser compativel com o tipo de molinete ou carretilha que ser vai usar. Para molinetes use varas com passadores grandes e para carretilha use varas com passadores menores.
Um ponto importantíssimo na hora de selecionar sua vara e molinete / carretilha é procurar ter um equipamento equilibrado, ou seja, utilizar equipamentos com capacidade similar. A capacidade do molinete ou carretilha deve ser similar a capacidade da vara e similar a capacidade da linha a ser utilizada. O comprimento das varas deve ser avaliado de acordo com o tipo de pesca a ser praticado. Para pesca embarcada em pequenas embarcações, geralmente o comprimento varia entre 1,5 metros e 1,9 metros. Para pesca no beira do mar ou em barranca de rios são utilizadas varas de arremesso com empunhadura e que podem chegara ter 5 metros de comprimento. Mas não esqueça de seguir as regras de equilíbrio entre capacidade da vara, molinete ou carretilha e linha.
Outro ponto importante sobre as varas: nunca tente avaliar a capacidade da vara flexionando a ponta da mesma com a mão. Isto pode quebrar a vara. Para este teste utilize o conjunto completo montado, puxando a vara pela linha, pois a resistência da vara é distribuido em todos os passadores. Quanto mais passadores tiver a vara melhor seu desempenho e capacidade.

2- Carretilhas e molinetes
Nas carretilhas o item mais importante é saber regulá-las para que na hora do arremesso não aconteça a tal de cabeleira ou flash (também conhecido como backlash) quando a linha fica toda emaranhada no carretel. Para tanto é necessário que se regule a carretilha de modo que haja um equilíbrio entre a fricção do carretel, o peso da chumbada (quando usar) e a isca utilizada. Para uma boa regulagem a dica é travar a fricção do carretel, levantar a vara com o anzol e já com a isca e liberar a fricção de modo que a mesma permita que a isca se desloque até o chão e que, no momento em que a isca tocar no chão o carretel pare de desenrolar a linha instantaneamente.
Outra regulagem importante é a regulagem de segurança para não romper a linha na hora em que o peixe estiver fisgado, principamente se ele for grande e ultrapassar a capacidade da linha. E como fazer isto? No mesmo eixo da manivela de recolhimento da carretilha existe uma estrela (também chamada de star drag) que é utilizada para esta regulagem. Libere o carretel e gire a estrela no sentido de aperto até que perceba que o carretel travou. Depois vai soltando bem devagar a estrela e puxe a linha até que linha comece a se desenrolar no carretel. Ajuste de maneira que consiga trazer o peixe sem precisar deixar a linha muito solta ou muito apertada.
Alguns equipamentos tem a alarme de espera, também chamado de catraca, que é utilizado quando se deixa a vara fixa na espera do barco ou mesmo solta. Após ter arremessado a isca libere a linha (carretel livre) e acione o botão do alarme. Com isso no momento em que o peixe for fisgado e a linha desenrolar do carretel o mesmo é acionado gerando um ruído.
Nos molinetes as regulagens são feitas de forma diferente das carretilhas. A regulagem de segurança (que é utilizada para não arrebentar a linha quando se pega um peixe com peso maior que a capacidade da linha), é feita girando-se o botão (drag adjustment buttom) localizado no topo do carretel e em alguns modelos na parte de baixo do molinete. Primeiro aperte este até que se perceba que o carretel travou e daí puxando a linha com a mão ( o ideal é utilizar a vara, ou seja, com a linha já passada pelos passadores da vara puxe a mesma flexionando a vara.) vá soltando o manipulo no sentido contrário do aperto até que o carretel comece a girar sem comprometer o conjunto. Ajuste de maneira que consiga fazer com que a linha se desenrole do carretel sem que comprometa a resistência do conjunto e permita que fisgue o peixe na hora da batida.
O alarme de espera por outro lado é acionado automaticamente quando se ajusta corretamente a regulagem de segurança. Ele atua combinado com a regulagem de segurança. O alarme de espera será ouvido quando o carretel estiver desenrolando a linha ao ser puxada pelo peixe ou por você. Nos molinetes para arremessos longos utilize o carretel mais alto (chamado de long cast) pois este facilita a saída da linha do mesmo. Outro item importante sobre molinetes: quando fisgar um peixe procure recolher a linha quando esta estiver menos tensionada, ou seja, utilize a vara para trazer o peixe e não o molinete pois ele não foi projetado para isto. Mas evite deixar a linha muito solta pois você pode deixar o peixe escapar.

3- Encastoadores (empates) e snaps
Os empates são feitos de cabo de aço e devem ser utilizados sempre que houver a possibilidade de se fisgar um peixe com dentes capazes de cortar a linha. Deve-se observar a capacidade do cabo a ser utilizado para que seja compatível com a linha e o distorcedor. Não é recomendável utilizar um cabo de aço de capacidade menor do que a linha. Na pesca com isca artificial de arremesso não é recomendado encastoador de aço, pois o mesmo pode interferir na ação das mesmas. Neste caso o bom é utilizar uma linha líder.

No caso de snaps, use sempre snasps com capacidade igual ou superior a capacidade da linha e com tamanho compatível com o tamanho das iscas de maneira a não atrapalhar no movimento das mesmas.

4- Anzóis e chumbadas
Existe uma infinidade de tipos de anzóis. Recomenda-se escolher o modelo do anzol de acordo com o tipo de pesca e tipo de isca a ser utilizada. Para a pesca de pintados, chacaras e dourados, com utilização de iscas vivas você deve utilizar anzóis 9/0, 10/0 com hastes com felpas. Para pesca de peixes de couro maiores tipo pirarara, piraiba, etc use anzóis entre 7/0 e 10/0. Para pacu use anzóis de 4/0 com haste curta e sem felpas.

Para as chumbadas deve-se levar em conta dois aspectos na seleção das mesmas: as condições da água (correnteza, águas paradas, águas profunda, locais de enroscos, etc) e a compatibilidade com o resto do equipamento de maneira a ter um conjunto equilibrado (chumbadas leves para equipamentos leves e pesadas para equipamentos pesados).

5- Linhas e nós
As linhas de pesca são fundamentais para um bom desempenho do conjunto de pesca. Ao montarmos um conjunto de pesca é necessário que escolhamos uma linha compatível em termos de resistência e o tipo de linha adequado para aquela pescaria específica. Recomenda-se também verificar se a linha não possui falhas ou pequenos piques que possam comprometer a resistência da mesma. Sempre antes de cada pescaria verifique as mesmas. Linhas velhas e expostas ao sol ressecam e perdem a resistência.
Para pesca com iscas artificial de arremesso como na pesca do tucunaré, traira, black bass, etc. recomenda-se linhas de multi-filamento trançada. Por não serem elásticas e facilitarem a fisgada evitam também que o peixe não tente retornar para áreas de enrosco. Importante é ter conjunto regulado e equilibrado.
Para pesca com iscas naturais recomendam-se linhas de nylon mono-filamento. São elásticas e dão mais flexibilidade e aumentam a resistência do conjunto na captura do peixe.
Os nós, geralmente, são os principais responsáveis por arrebentar uma linha. Existem uma infinidade de nós que podemos utilizar para atar linhas e no caso de pescaria cada tipo de emenda ou amarração de linha pode requerer um nó específico que seja o mais mais adequado. Alguns exemplos de nós requeridos em pescarias: emenda de linha; montagem de líderes; nó para atar uma linha a uma vara de mão; para atar a um anzol ou distorcedor; para atar ao carretel do molinete ou da carretilha; nó para montar um chicote, etc. O importante é utilizar um nó que não comprometa as linhas e que atenda às nossas necessidades no momento de utilizarmos o equipamento de maneira a não ficar soltando, rompendo, escorrendo ou dificultando nos arremessos e recolhimento. Se você não sabe qual o nó correto a utilizar peça ajuda ao seu guia de pesca. Ele saberá orientar e ajudar com certeza.

6- Iscas artificiais
Existem uma infinidade de modelos de iscas artificiais mas basicamente elas se resumem em três categorias: Iscas de superfície, de meia água e de profundidade.
Superficiais: São iscas que atraem os peixes pelo seu movimento na superfície da água provocando ruídos ou imitando presas para peixes atraindo os mesmos.
Meia água: São iscas que pelo seu formato, com pequenas barbelas e, quando excitadas, atuam em pequena profundidade. Mas também pode-se fazer com que atuem em diferentes profundidades dependendo da velocidade com que se recolhe a mesma. Também imitam presas para os peixes atraindo os mesmos.
Profundidade: São iscas que pelo seu formato, geralmente com barbelas grandes ou densidade muito alta, atuam no fundo.
Nas categorias acima você encontrará também iscas que possuem sistema de giro tipo hélice que atrai os peixes, algumas que produzem um ruído muito característico (Popper) e que também atrai os peixes e outras que possuem sistema anti-enrosco que permite utilizar a isca artificial em lugares com vegetação densa e enroscos sem que a mesma fique presa. Neste último grupo estão os sapos e os jigs.

7- Recomendações finais
a- Monte seus conjuntos com cuidados e não hesite em refazer se algo não ficou 100%. Revise constantemente durante a pescaria seu material, principalmente após pegar um peixe. Verifique o estado das varas, linhas, nós, distorcedores, etc. Na dúvida não tenha preguiça. Corte, amarre, refaça.

b- Sempre que ficar em dúvida sobre a condição da linha de pesca troque-a por uma nova. Você só irá descobrir que a linha não estava boa quando perder um peixe.

c- Ao fisgar um peixe com força maior do que a capacidade da linha, o normal é que o mesmo tome linha e aí é que faz a diferença em ter um conjunto equilibrado e ter feito as regulagens do equipamento corretamente. Mantenha sempre a vara na posição em que fique flexionada de forma a amortecer os ”trancos” dos peixes.

d- Nunca desista. Seja persistente e a recompensa poderá vir na forma de um belo peixe.

e- E por último, e não menos importante, fale, pergunte e planeje sua pescaria seu guia de pesca. Ele certamente tem mais experiência que você e poderá ajudar bastante. 

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